terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Copas

Depois que pintaram as rosas brancas de vermelho,
a rainha agora ordena que transformem a roseira em amor.
E se o sujeito não corresponder, que cortem-lhe a cabeça.


O mais importante não é amar,
o mais importante e perceber-se sendo amado.

Max



Pretending to be a wolf.
Pretending to be a king.


Existem coisas pesadas demais pra carregar sozinho.
E sentimentos que não combinam com coração,
melhor deixar pelo caminho.

Just a boy.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Paciência e Pavão

Hoje foi dia de paciência e de relembrar de coisas que gosto bastante.
Gosto mais de colorir do que desenhar, e adoro lápis de cor, às vezes só olhar pra eles. 
Fazia muito tempo que não passava um tempo com eles, coloridos, vibrantes, 
apontei um por um, sem dor na mão porque fiz devagar.


Escolhi hoje pra ser o dia da paciência porque não tenho hábito de escolher dias pra paciência. 
Eu não tenho paciência alguma em manter hábitos.
Confesso que alguns lápis me deixaram um pouco sem paciência 
quando insistiam em quebrar a ponta 3 ou 4 vezes. 
E teve a luz do quarto que apagava e acendia de 5 em 5 minutos me atrapalhando. 
É que eu não tentei trocar a lâmpada com defeito por uma nova.
Minha preguiça.
Minha culpa.

Eu escolhi começar com azul. 

É bem difícil escolher qual cor usar em determinado lugar, 
qual cor é mais bonita, qual cor merece mais estar alí.




Descobri que monstros e reis tem coração, e eles não precisam o tempo todo assustar e mandar.
Há muitos jeitos de se fazer um coração, vermelho, pulsante, AZUL!
Enquanto os corações vermelhos são quentes, os azuis são calmos e despreocupados com a realidade.
Mantenho meu coração azul. 
Melhor seria se pudesse ter vários corações, seria um de cada cor e eu usaria um pra cada dia. 
Então resolvi desenhar um pavão.
O pavão além de ter sorte em ser o mais bonito dos animais, ainda tem milhares de corações, 
AZUIS!


As penas do pavão são talvez a coisa mais bonita da natureza, 
contém coração, contém cor, e brilho, forma um desenho bonito e é tudo pena. 
Muita pena. 
O pavão é feito de pena das mais bonitas, meio incoerente porque 
pena é um sentimento não muito agradável. 
Nem o pavão, o mais bonito dos animais precisa ser perfeito.


Eu nunca vi um pavão voando.


Talvez ele tenha medo de alcançar um lugar muito alto, ou de cair antes de chegar onde quer.
Voar exige muito mais que asas.
E não adianta ter asas e não voar, com o tempo elas atrofiam.
É preciso ganhar asas quando já se sabe como usá-las
 e quando já se sabe o destino para o qual elas vão levar.



Assim como o pavão e como o Camelo, eu também quero ver o sol se pôr vermelho.
E quero ver logo, porque tenho muito medo (olha ele aí de novo) de que o sol apague pra sempre
e não seja mais de nenhuma cor.

As coisas acabam um dia, é inevitável e importante quando elas fizeram seu papel bem feito e deixaram afetos pra serem lembrados. 
Deixo que acabe.
Desapego-me do que me fez bem um dia e não precisa mais me ajudar.
Deixo que faça bem à outro agora.



O lápis acaba quando quebra demais, e quebra demais quando uso demais.
Não dá pra ter medo de ponta quebrada, porque é isso, as pontas foram feitas pra quebrar.
E quando se usa de menos como o lápis branco, deve ser tratado com carinho, 
separá-los dos outros lápis pra não sujar.
Alguns sentimentos a gente tem que guardar separados dos outros, 
numa caixinha transparente, pra não esquecermos que eles estão lá e nos pertencem.
Pra não precisar tocá-los e saber que eles continuam lá. 
Alguns sentimentos são tão puros e frágeis que não dá pra correr o risco de deixa-los sujar.

Hoje é domingo, dia de paciência.
Foi o melhor domingo que tive dos que eu consigo me lembrar.
Diferente, bem diferente do domingo passado que acabou com um pouco do meu coração, esse me revigorou e reviveu uma parte de mim que eu tinha esquecido que era minha.



O quarto continua uma bagunça.
Aqui também é.
Culpa da cabeça que não consegue se organizar nem nos próprios pensamentos.
Talvez seja culpa maior da quantidade de informação que me trazem e eu vou buscar.
Decisão e organização, 2 coisinhas que preciso treinar bastante.


Por sorte eu não deixo ninguém invadir essa bagunça que eu sou.
O meu espaço, as sensações que só eu sou capaz de entender (e nem sempre entendo).
Porque só eu sinto, do jeito que elas saem de mim, não quero que elas passem pra ninguém, 
assim como não empresto meus lápis e meu batom vermelho.


Foi bem difícil de guardar os lápis, mas eles também merecem descanso. 
Vou descansar! 

sábado, 28 de janeiro de 2012

a música acabou de acabar
ainda bem que eu pude dançar
sorri algumas vezes no refrão
nem senti meu corpo
se mexeu mesmo que meio torto
acho que meus pés saíram do chão

foram 2 ou 3 minutos
que podiam se estender por anos
só pra eu ficar mais do seu lado
senti a gente na mesma vibração
quem percebeu foi o coração
que quis se jogar no seu abraço

e coração nunca mente
quando se engana a gente sente
na pista eu troco meus afetos com você
deixo que entenda meus movimentos
porque a música tocou pra gente

era uma valsa
como naqueles contos de fada
a gente era feito de ilustração
eu pude ser a cinderela
e você foi o mais bonito príncipe
acho que eu joguei a trança da janela

é, não conheço histórias de princesa
mas hoje não é dia de tristeza
o som tomou a minha alma
entrou pelos meus ouvidos
e me tirou todos os sentidos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Medo de medos

Ás vezes os monstros são maiores que eu.
Não se preocupe com o começo triste, eu sempre melhoro no final.

Ás vezes os monstros são maiores que eu.
São grandes, de proporções incalculáveis.
Sabe quando você sobe degraus e mais degraus e não consegue ver o topo?
Justo eu que nunca acreditei em monstros.
É porque não os conheço e tenho na verdade muito medo do desconhecido.
É, monstros me apavoram então, eu presumo.


Eu tenho alguns poucos medos, poucos que se espalham por todo lugar que eu vou.
Nunca consigo fugir, corro, corro e eles sempre chegam antes de mim.
De onde vem o medo? Onde vivem os monstros? Onde a coragem se esconde?

Medo de morcego, muito medo de morcego
ah morcego, amorcego, amor, cego.
Medo de mim, medo de você, medo de quem chega 
porque quem chega pode ir embora e não voltar por um bom tempo, ou nunca mais.
Medo de nunca, medo de eterno, de ser eternamente medrosa.
O nunca é tão pessimista, o eterno é tão chato, o meio termo fica no meio, 
na fina linha entre coragem e medo, na fina linha entre amor e ódio.

Escrevi, escrevi e não escrevi o que eu queria de fato.
Nem sei o que eu queria também, nem sei o que quero agora.
É isso, 
tenho medo de querer demais ou de menos, porque eu realmente não sei qual é pior.
Acho que prefiro de novo o meio termo.
Porque de meio em meio termo a galinha enche o papo.
Ah não, não é bem assim o ditado.

Queria ser rei e rainha, pra ter meus próprios súditos pra governar, 
e o nome deles seria Monstros.
Achei!! Poder governar os medos, não para que eles deixem de existir,
mas para que eles simplesmente apareçam só quando eu achar necessário.
É isso mesmo que eu quero, bem fácil de conseguir, não?

Ás vezes os monstros são maiores que eu.
Por sorte, ás vezes não.

Nenhuma armadilha dessa estrada vai me fazer sofrer.

Eu disse que no final tudo acabava bem.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

a vida pode ser diferente, as coisas podem ir e voltar
as estrelas brilham e caem a todo instante
as conchas podem se perder no mar
os dias por sorte sempre viram noite,
tudo pode acabar em uma explosão
mas tudo pode melhorar com uma explosão
as vezes dá pra saber onde o monstro quer morar
pode ser mais libertador e parecer menos ofensivo
não precisa ser cruel, não precisa ser morrer ou matar

posso fingir tudo que eu quiser e posso acreditar em tudo que eu fingir
só não posso deixar de acreditar no meu coração,
a parte mais nobre do meu corpo, meu órgão pulsante
minha parte latente, minha massa desejo, o responsável por mim
porque quando ele quer dizer algo ele diz sem eufemismo
e quando eu ouço o que ele diz, o cérebro para de funcionar
nada mais é racional, sentido nenhum tem mais obrigação de agir
e assim me faz perceber que antes eu tinha a mim, mas agora
ficam dentro de mim só as coisas que não fazem parte de mim
já tenho muita coisa, não quero o que é dos outros, só quero o que é meu
o que é meu fica guardado, preservado, numa caixa com senha
tão profundo que nem mesmo eu consigo achar
é disso que eu falo, é essa caixa que eu quero encontrar
que saiam de mim as coisas do mundo e que voltem pra mim
os segredos escondidos na caixa, porque eles são meus e eu não divido
não vendo nem empresto.

Eu sei, juro que sei, eu sei que eu sei
que tudo que eu tinha em mim vou conseguir recuperar
não sei se tem pressa, não sei se me completa
sei que me contém e que me faz bem sem perceber
me basta, me desperta, me alegra e me mantém.