segunda-feira, 9 de setembro de 2013

distante de tudo q é verdadeiro, queria viver dias artificiais. não ser iludida nunca mais. ser pedra que só serve pra virar areia quando a água bater. que por enquanto a vida bate e eu viro a outra face. me bate de novo que por mais que doa não me sinto só como na maioria das vezes. quer vir arrancar meus cabelos também? nem precisei pedir duas vezes. tira meus dentes um por um, minhas unhas, me trás todos os dias voando sem me deixar perceber. leva as certezas que restavam, leva que eu tô assim meio despegado meio desajeitado, pouco profissional. leva q me faço cego. pode levar que está difícil reagir, porque dói pisar no chão cheio de prego e carvão. não esquece nada, se esquecer te mando por correio. só deixa aquela coisa escondida debaixo da cama dentro do armário atrás da tevê no cesto de lixo dentro de mim. que hoje tá foda pra respirar, e dormir é impossível. só tá tendo sonhar, pesadelar, tirar a vida sem se matar. é sobrevida e sobre viver, é sobre só e a dor de ser. ver todo mundo e não se ver, não ser visto, não ter tudo só ter nada. querer voltar pra barriga da mãe e não sair de lá. querer mesmo sendo desconhecido. se jogar bosta todo dia toda hora. eu chamo em nome de deus e parece que ele não está lá. eu grito a pulsação, eu endosso o estômago, fodo meus pulmões, esqueço até do fígado. FODA-SE. foda-me. foda anos. foda essa porra que dói e não tem salvação. eu desisto de achar salvação, apenas desisto. nem mais as palavras salvam mesmo que finjam salvar. não acredito em nada mais, nem ouço mais pulsar a massa, finjo que ela não está aqui, ou melhor, não está lá porque aqui não tem mais nada, distante de mim não tem nem porque me procurar.

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