domingo, 3 de junho de 2012

Quanta lembrança cabe na cabeça?
Meio desligada das necessidades terrenas
a cabeça não guarda coisa demais
nem de menos
guarda somente o que carrega sentimento
porque lembranças estão ligadas ao

pedaço de amor do lado esquerdo do peito

o resto me fez sorrir ou chorar
e ficou pra trás
acabou junto com o desmanchar do sorriso
e com o rolar das lágrimas.
É preciso manter a cabeça limpa e o

coração aberto

conectados a espera de novas fotografias
que como num álbum,
só ficam as lembranças que valem ser lembradas

Quanto amor cabe no coração?

Palavra áspera e um tanto vulgar
Tão difícil mensurar.
E que seja sempre assim, difícil e vulgar.
Quando o amor parar nas mãos de qualquer um
aí sim é de preocupar.
Mas ele está livre,
e me sinto um pouco morta
por conta dessa alforria é claro
E por conta de mim mesma
que me deixo morrer aos poucos
cada vez que ouço um tum tum mais acelerado
e por causa das paredes finas no meu coração
que deixam facilmente qualquer coisa penetrar
E da mistura do tum tum acelerado
com as frágeis paredes
fica fácil transbordar apego
e me apego sem medo
me apego
como quem se apega ao lençol em dia de enfermo
e só desapego quando machuca forte
quando dói tanto
como a dor de quem tem feridas abertas
Quando orgulho fala mais alto
grita
não é capaz de suportar.

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